Passeava eu por um parque, quando de repente a vi.

Era uma pequena bailarina que, junto a um carvalho, dançava ao sabor do vento. Rodopiava de forma subtil e delicada, fazendo o tempo parar, transformando aquele momento num espetáculo único.

E foi ao ver essa pequena bailarina que recordei todas as outras bailarinas, que dançavam em sintonia no quintal da minha avó. Fora aí que eu passara grande parte da minha infância e que assistira aos mais belos espetáculos. E era nesse mesmo quintal, enquanto eu brincava com os meus amigos, trepava às árvores e cantarolava desafinadamente, que eu era também constantemente interrompido pelo som do vento a avisar que outro espetáculo iria começar.

A parte dos espetáculos que eu menos gostava era quando esses terminavam, pois todas as bailarinas jaziam no chão. Eu tentava animá-las, mas apesar de todos os esforços, elas voltavam a cair, permanecendo imóveis. Eram apenas folhas.

Os anos foram passando e eu fui crescendo.

Aquele carvalho, do qual tenho tão boas recordações, foi cortado. As folhas que bailavam à minha volta caíram de vez. Mas hoje, ao ver aquela pequena folha, todas as memórias voltaram e as pequenas bailarinas renasceram.

Pedro Rodrigues, 9ºC

Dezembro de 2014

(Disciplina de Português da Prof.ª Luísa Rebeca Bixirão)