Após dois períodos de confinamento com aulas em Ensino à Distância, no âmbito da contenção da pandemia COVID 19, surge uma clara perceção de que apesar de todos esforços por parte das equipas docentes, houve uma perda notória no acesso dos alunos aos conhecimentos académicos, nomeadamente nas que se encontram em fase de aprendizagem da leitura e escrita, sendo a faixa etária mais dependente do adulto para aceder ao meio

informático e que necessita de um maior apoio na consolidação destas aprendizagens. Segundo a literatura, a Alfabetização é o processo de um contexto de aprendizagem e a Literacia é o

produto, que se traduz na aptidão que permite extrair o sentido de um texto escrito necessário ao seu quotidiano e que, mais do que aprender o mecanismo da leitura, para “saber ler” é necessário interpretar o que se lê. Ler (compreender e interpretar) e escrever são competências que potenciam a participação ativa da

criança no espaço escolar e na comunidade, criando impacto significativo no seu sucesso académico, pessoal e social.

Esta é uma constatação que define na origem o Projeto Educativo do nosso agrupamento (ação pré COVID-19), que a torna ainda mais determinante face ao nosso atual contexto mundial.

Assim, consciência destas fragilidades, esteve na base deste projeto e surge como uma tentativa de colmatar estas necessidades e dar uma resposta válida a este nicho de alunos.

Este projeto vai ao encontro do Plano 21/23 Escola +, – Eixo 1 Ensinar e Aprender, com o fito de recuperação das aprendizagens, prevendo duas abordagens diferentes consoantes as necessidades efetivas dos discentes contemplados, criando duas oficinas distintas que se inserem nas Ações Específicas 1.1.2. Ler – conhecer, aprender e ensinar e 1.1.3. Diário de Escritas: – Oficina de Alfabetização e Literacia – Nível 1, para as crianças que ainda não adquiriram o mecanismo de leitura e escrita; – Oficina de Alfabetização e Literacia – Nível 2, para as crianças que ainda não consolidaram a capacidade de usar a leitura e a escrita como forma de adquirir conhecimentos e desenvolver as suas próprias potencialidades.

Identificar o mais precocemente fragilidades na aquisição de competências leitoras fazendo uma triagem dos alunos ao abrigo do Decreto-Lei 54/2018, que frequentam o 1.º ciclo, mais especificamente os alunos que estão a frequentar o 2.º, 3.º e 4.º anos, que na sua maioria passaram por dois momentos de Ensino à

Distância. Formação de pequenos grupos de 5 a 8 elementos no máximo, para melhor capacitar os alunos na resposta às suas dificuldades, com uma incidência mais individual, e proporcionar a cooperação entre os vários elementos do grupo multidisciplinar (docentes – Carla Portugal e Patrícia Carvalho e terapeuta da fala do agrupamento – Raquel Gomes ). No desenvolvimento deste projeto recorremos à Sala TECH (espaço recentemente criado) e/ou utilização de outros equipamentos digitais, para apoiar a prática docente e terapêutica com foco na aprendizagem da leitura e escrita.

O projeto “Descobrir o Ler e o Escrever para Aprender” – Promoção das competências de leitura e escrita-1º Ciclo enquadra-se no Projeto Educativo do nosso Agrupamento “Educar com afeto, construindo o futuro”, mais especificamente nos princípios orientadores da Ação Pedagógica (p.15): • A promoção contínua da melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem, de modo que todos os alunos consigam alcançar as Aprendizagens Essenciais e o Perfil do Aluno esperado à saída da escolaridade obrigatória; • A garantia de uma cultura de escola inclusiva, cuja diversidade, flexibilidade, inovação e personalização dê oportunidade a todos para aprender; • A flexibilidade contextualizada na gestão do currículo utilizando as metodologias, as abordagens e os procedimentos que se revelem mais adequados para todos os alunos, de acordo com as suas necessidades, as Aprendizagens Essenciais e o respetivo Perfil do Aluno à saída da escolaridade obrigatória, promovendo a igualdade.

Um projeto que baseia a sua ação pedagógica em processos de ensino-aprendizagem que garantam sustentabilidade das práticas e resultados. Não queremos resultados rápidos, querem resultados “robustos” e que previnem situações de insucesso ao longo da escolaridade obrigatória.

Uma “casa casa constrói-se por baixo”.

Obrigado equipa do AEQC.